Morre em SP o pianista mariliense Rafael Andrade aos 36 anos

Músico fez carreira no Brasil e no exterior e será sepultado no Cemitério da Saudade em Marília

Morreu no último domingo em São Paulo aos 36 anos, o pianista mariliense Rafael Andrade, vítima de infarto. Reconhecido pelo enorme talento entre nomes da música clássica do Brasil e do exterior, o músico será velado hoje a partir das 8h na sala 6 do Velório Municipal. O sepultamento será no Cemitério da Saudade.  

Desde a infância Rafael Andrade demonstrou talento para música. Estudou na escola Musical Marília e no Conservatório Carlos Gomes de Marília. Sempre teve muitos amigos na cidade e por onde se apresentava chamava atenção pela alegria e o talento no piano.

Se formou em música na Unesp de São Paulo e iniciou uma trajetória de sucesso na música clássica. Estudou no Brasil com Marisa Lacorte e Marizilda Hein. Veio o interesse pela ópera  e Rafael foi para Europa, onde participou de temporadas do Palau de les Arts em Valência, como estudante e como músico convidado, e para os Estados Unidos, membro do Programa Domingo-Cafritz da Ópera Nacional de Washington.

O amigo e professor de canto Márcio Souza Gomes, que mora em São Paulo, conta que Rafael era pianista especialista em ópera, co-repetidor e coach vocal. Depois de concluir a faculdade de música ele recebeu uma bolsa de estudos na Espanha e cursou especialização durante dois anos.

No exterior trabalhou  ao lado de artistas como Plácido Domingos, Lorin Maazel, Alberto Zeda. Passou seis meses nos Estados Unidos e atuou como  músico convidado,  membro do Programa Domingo-Cafritz da Ópera Nacional de Washington.

Rafael Andrade também atuou no Brasil na preparação de óperas no Teatro Municipal de São Paulo, Teatro São Pedro de São Paulo e Teatro Municipal do Rio de Janeiro.  Recentemente, participou da estreia de Cartas portuguesas, de João Guilherme Ripper, em produção da Osesp, além de espetáculo no São Pedro dedicado a zarzuelas, ao lado da soprano Camila Titinger.

“Eu o conhecia há 17 anos, dei aula de canto para ele. O Rafa era como um irmão caçula. Um enorme talento. Sempre bem humorado, onde chegava conquistava a todos. Ele tinha contrato com uma companhia do Chile e no México. Em razão da pandemia, estava dando aulas online”, conta Márcio Gomes.

O amigo mariliense Hélio Vernaschi, que canta no Madrigal Per Noi, disse que a notícia da morte repentina de Rafael abalou a todos. “Era uma pessoa iluminada e muito querida e de um talento e riqueza musical imensurável. Tinha um trabalho muito reconhecido e admirado no mundo da ópera. Viajou para vários países, participou de musicais como Evita, Fantasma da Ópera, com Miguel Falabela. Ele era um irmão que a vida me deu”, disse.

Em razão da pandemia da Covid-19, Rafael ficou dois meses em Marília este ano e depois voltou pra São Paulo onde morava. Deixa os pais Eliano e Dieza Andrade e os irmãos Marlon, Letícia, Luciana e Douglas.