Casos de dengue voltam a dobrar em uma semana

Basta uma mínima quantidade de água para que o mosquito Aedes aegypti bote seus ovos e se prolifere

 

Foto: Divulgação

Pela segunda semana consecutiva os casos de dengue praticamente dobraram. O primeiro salto foi de 25 para 49 e agora para 96. O número é 57% maior que o do mesmo período em 2020, que foi um ano de epidemia, o que indica risco de alta transmissão em 2021, o que ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz rapidamente em água parada.

No último dia 29 de janeiro, as confirmações da doença estavam em 49; 96% a mais do que na semana anterior, quando o total era 25. Agora o aumento se repete, praticamente dobrando os casos de 49 para 96: novo salto de 95%.

E também há 245 pacientes com sintomas suspeitos aguardando o resultado do exame. Há sete dias esses casos suspeitos estavam em 76. Ou seja, o número de pessoas que também podem ter se contaminado pelo vírus da dengue triplicou.

O surgimento rápido de novos casos e de pacientes sintomáticos aponta para o risco de um novo ano epidêmico, semelhante ou pior que 2020. A média diária está superior a dois casos e meio por dia. No ano passado, não chegava a dois.

A epidemia de dengue vivenciada pela cidade em 2020 teve 1.599 registros da doença. Em 2019 o quadro também foi epidêmico, com 2.989 pessoas contaminadas.

Entre 2016 e 2018 o mosquito Aedes aegypti (transmissor) não representou uma ameaça maior, com sucesso nas ações de controle. Anteriormente, em 2015, o município passou pela maior epidemia de dengue da sua história, com 16 mil casos suspeitos, embora nem todos tenham sido confirmados (pelo grande volume de contágio). Incluindo pelo menos 20 atestados de óbito.

Controle

De acordo com a Divisão de Zoonses da Secretaria Municipal da Saúde, a doença já se espalhou em 2021, com casos pela cidade toda. O inseticida tem sido aplicado, mas perde eficácia sem eliminação prévia de criadouros.

Isso porque o veneno mata mosquitos fêmeas adultos do Aedes aegypti (que são os que picam e transmitem a dengue), mas se a vistoria de terrenos e imóveis não é adequada, os criadouros (água parada) não serão eliminados, com milhares de novos mosquitos em questão de dias.

O fundamento do controle de dengue é a visita domiciliar e as pendências, que já costumam ser altas, estão ainda maiores pelo medo das pessoas em relação ao contágio do Coronavírus. A rejeição à entrada dos agentes chega a 50% dos imóveis neste início de 2021.

A Divisão de Zoonoses reforça a necessidade dos agentes vitoriarem os quintais, seguindo os protocolos de segurança quanto à Covid-19. E alerta a população para que não deixe água parada com acesso aos mosquitos em nenhum mínimo local.

O serviço ressaltou a limitação de recursos por conta do foco de saúde na pandemia de Covid e reiterou que “o quadro se dificulta bastante quando há uma sobreposição de eventos epidemiológicos, um prejudicando o outro”.