editorial

                      “Tchau, querido!”

 

Não há dúvida de que o presidente da República Jair Bolsonaro se livrou de um “encosto” na Câmara dos Deputados. A acachapante derrota do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM) colocou-o no ostracismo e deixou claro a liderança política de Bolsonaro, que conseguiu angariar apoio inclusive do partido de Maia para eleger Arthur Lira (PP) e cravou a derrota de Baleia Rossi (MDB), que era o candidato lançado pelo então presidente da Câmara.


Na verdade, mesmo já tendo ocupado a presidência por seis anos, Rodrigo Maia fez de tudo para continuar, mas decisão do Supremo Tribunal Federal jogou pá de cal na sua pretensão e ele foi obrigado a escolher um candidato para sucedê-lo no comando da Câmara dos Deputados. Mesmo buscando apoio de partidos de oposição a Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia foi jogado para “escanteio” e humilhado na derrota de Baleia Rossi, mesmo porque o próprio DEM optou por ficar do lado do presidente. Uma prova de que Maia (inclusive investigado por corrupção pela operação Lava Jato, por propina da Odebrechet) vinha atuando contra o governo desagradando a cúpula do partido.


Tanto que o presidente do DEM, ACM Neto, atuou com determinação para levar o apoio ao deputado Arthur Lira, depois de entendimento com Jair Bolsonaro, juntamente com outra liderança do DEM, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

Nada mais humilhante do que ser “rejeitado no próprio partido”, o que desencadeou tórrida choradeira de Rodrigo Maia, além de ameaças inócuas e o anúncio de que deixará o DEM, procurando filiação em partido de oposição ao governo. Nada mais correto, já que Maia vinha há dois anos agindo nos bastidores para atrapalhar Jair Bolsonaro, dificultando o andamento de projetos importantes como as reformas administrativa e tributária.


Após ver seu candidato na eleição à Presidência da Câmara abandonado em nome da aproximação de seu partido com o presidente da República, Maia saiu “atirando para todos os lados” e disse que o DEM regrediu aos tempos de Arena, voltando à extrema-direita. "O partido voltou ao que era na década de 1980, para antes da redemocratização, quando o presidente do partido aceita inclusive apoiar o Bolsonaro".


Amargo e arrogante Rodrigo Maia afirmou: "Vou pedir minha saída no TSE (...). Hoje posso dizer que sou oposição ao presidente Bolsonaro. Quando era presidente da Câmara, não podia dizer. Mas agora quero um partido que eu possa dormir tranquilo de que não apoiará o presidente. (...) Não quero participar de um projeto que respalda todos os atos antidemocráticos." E foi mais além: ainda colocou que, com a aproximação cada vez maior do DEM com Bolsonaro, a tendência é que a aliança entre o partido e o presidente ultrapassem a pauta econômica. "Não descarto nem a hipótese de Bolsonaro acabar filiado ao DEM", finalizou. 

Coube ao governador de São Paulo João Doria, que faz cerrada oposição ao presidente Jair Bolsonaro, enxugar as lágrimas de Rodrigo Maia, dá-lhe o ombro e ainda oferecer filiação no PSDB, partido que tem suas principais lideranças investigadas por corrupção (Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin). Sem falar que Doria está totalmente desmoralizado em São Paulo, sendo hostilizado com frequência por destruir a economia paulista com o Plano SP, e também impondo escorchantes aumentos de impostos à população, além de propagandear a vacina chinesa que ainda está em falta e sem cumprir suas promessas de vacinação em todo o Estado em tempo recorde. Ou seja, a filiação (se acontecer) de Maia ao PSDB, será a junção “do roto com o rasgado”!